Thursday, August 31, 2006

Viajem

Quem Mais, Se Não a Ti?

colecção de lembranças (criadas), sonhos (irrealizáveis) e desejos (impossíveis)
haja tempo para o presenciar do subsconsciente, que teima em nos moldar num
yang-yin eterno, divina e divinizante. Eis
a fantasia de quem vive à espera do nosso metamorfose em um.

nada de mais, apenas a nossa singularização. Porém, a realidade de irrealizáveis
desperta cruelmente. Ao invés de uma unicidade, num
ab infinito abismo corpóreo-espiritual vivemos, sem leis
que possam ordear esse (meu?) imaginado e real infernum.

um dia de tudo hei-de acordar e de libertar
e, aí, poderei encarrar-te ou simplesmente
riscar-te do meu inconsciente.

isso mesmo! E assim poderei eu fartar
de outras, que a tua presença, infelizmente
obrigou-me a tira-las da minha mente.

Adamado - Aug/29/2006

Wednesday, August 30, 2006

ANO DE MERDA DE 1973

Que ano de merda, o ano de 1973!
Ano fatal para Amilcar Cabral, que não pode ver a independência de Guiné e das ilhas de Cabo Verde concretizar-se (que iria, no entanto, nos anos seguintes). Com tal acontecimento, Cabo Verde, Guiné, a África e o mundo, perderam um dos seus melhores líderes políticos (ou, melhor, um verdadeiro “revolucionário par excellance” – Challiand).
Ano triste para o mundo esquerdista, o mundo daqueles que sonham, pois “não só do pão vive o homem.” Foi neste ano de merda, no dia 20 de Junho, que aconteceu o que ficou na história como Massacre de Ezeiza, em Argentina, quando snipers atiravam sobre Peronistas esquerdistas, provocando, pelo menos, 13 mortos mais de trezentos feridos.
Ano da Guerra de Yom Kippur, o quarto e o mais devastador conflicto Israelo-Árabe.
E para além de muitos outros trágicos acontecimentos, o ano de 1973 foi de facto UM ANO DE MERDA. Grande exemplo disso, é o poema de Vinicius de Moraes.
Para além de ter sido um poeta de amor, Vinicius foi também um poeta político. Soube sempre analizar em forma poética a vida politica (quando nacional, isto é, brasileira, sempre de forma camuflada, devido a censura do regime militar, instaurado no Brasil desde 1964). Por aqueles que seguem a politica latino-americano, sabem bem o que significa o ano de 1973: antes de 11 de Setembro ter sido confiscado pelos norte-americanos como um dia deles, foi sim o dia triste de Chile, da America Latina e do Mundo. 11 de Setembro 1973, Salvador Allende, presidente socialista eleito era deposto e morto quando defendia o palacio presidencial contra as forças anti-Allende, a comando do general Pinochet.O assassinato de Allende foi apenas uma “crónica de uma morte anunciada” (expressão de Gabriel Garcia Marquez). Não anunciadas, porém, não menos importante, foi a morte do Poeta do Canto General , Pablo Neruda (nascido Ricardo Eliecer Neftalí Reyes Basoalto).Dois Pablos morrerriam também neste ano “de puta que o pariu” (Moraes): o mestre de pintura, Picasso, em Abril e o virtuoso de Cello, Casals, em Outubro.Estes “Três Pablões, não três pablinhos” tinham algo em comum: o uso da arte como arma contra o fascismo de direita e a condição miserável das massas oprimidas.Abaixo, um dos melhores poemas do Mestre Vinicius de Moraes, que bem soube registrar sobre o ano triste de 1973...

1973
Breve consideração à margem do ano assassino de 1973

Que ano mais sem critério
esse de 73
Levou para o cemitério
três Pablos de uma só vez

Três Pablões, não três pablinhos
No tempo como no espaço
Pablos de muitos caminhos:
Neruda, Casals, Picasso.

Três Pablos que se empenharam
contra o fascismo espanhol
Três Pablos que muito amaram
Três Pablos cheios de Sol.

Um trio de imensos Pablos
em gênio e demonstração
Feita de engenho, trabalho
Pincel, arco e escrita à mão.

Três publicíssimos Pablos: Picasso, Casals, Neruda
Três Pablos de muita agenda
Três Pablos de muita ajuda.
Três líderes cuja morte
o mundo inteiro sentiu

Oh ano triste e sem sorte
Vá prá puta que o pariu!

Vinícius de Moraes
[Gravado ao vivo em São Paulo, 1974, com Toquinho e Quarteto em Cy]

Friday, August 11, 2006

Poster Político de uma Era (II)

"Primer Patrice Lumumba, ... e agora bo, Amilcar, Amilcar Cabral"
A acção internacional relativa liberdade dos povos subjugados pelo imperialismo ocidental, foi possível, em parte, pela liderança carismática.

Cartaz Politico de uma Era


Poster político sobre a solidariedade para com a liberdade dos povos da Guiné Bissau e das ilhas de Cabo Verde. Poster originalizado da OSPAAAL - Organización de Solidaridad con los Pueblos de Asia, Africa y América Latina.
A propaganda internacional foi fundamental para sustentar o apoio diplomático, junto não só dos estados e povos da região tradicionalmente designada de “Terceiro Mundo,” mas também dos estados e povos do mundo ocidental (em particular, o apoio concedido pelos estados escandinavos).